O coração de um pai – agora, posso afirmar que o coração realmente tem a capacidade de se adaptar às novas emoções.
Há uma semana, nasceu minha primeira filha, Lívia. Ela foi muito desejada por mim e pela minha esposa, Marina, e ainda estamos nos adaptando à rotina e emoção dessa nossa nova função. Mas e o coração, como suportar essa nova carga de emoção?
Saindo o pai e colocando o jaleco de cardiologista, “segue o fio”: em momentos de fortes emoções, reage de forma fascinante. Em situações intensas, nosso sistema nervoso simpático é ativado, liberando hormônios como a adrenalina e a noradrenalina, o que faz o coração bater mais rápido e com mais força. Esse mecanismo aumenta o fluxo sanguíneo, preparando o corpo para responder a essas emoções – sejam elas de alegria, amor ou até mesmo uma confusão de ansiedade e responsabilidade.
O coração de um pai, porém, não reage apenas no nível físico. Há uma adaptação emocional profunda que ocorre. É como se ele ganhasse uma nova frequência, que pulsa a cada sorriso, a cada choro e a cada olhar da minha filha. É um ritmo novo e único que transforma o coração para acompanhar o ritmo de uma vida diferente e muito mais intensa.
Como cardiologista, posso dizer que o coração humano é extremamente adaptável. Mas agora, como pai, percebo que essa capacidade vai além dos músculos e das fibras – ele se expande para abraçar o amor e a responsabilidade que chegam com essa nova jornada.